Estive, recentemente, ministrando aulas sobre a Literatura Portuguesa, especificamente sobre o Trovadorismo. Ao explicar sobre os poemas de amor, nos quais o eu lírico é masculino e fala sobre uma senhora e suas qualidades, senti a necessidade de escrever algo para que os alunos percebessem suas carcterísticas principais. Então escrevi assim:
Pássaro cativo
Sei que por acudir os olhos teus
Não deleita mais o meu prazer
A distância o fardo dos orfeus
Me fazem nunca mais poder te ter.
E me vejo ave que sobeja ao peso da
dor
Cansada, fatigada e triste na
tempestade infinda
Pássaro ferido e cantador
Que canta teu encanto, tua cor, tua
aura linda.
Ai de mim que teu perfume já não tenho
O roçar de tua branca pele já não
sinto.
Esse cantar é por ti meu empenho.
O trovar em meio a tantos me fazer
mais distinto.
E, minha senhora, meu rival é mais
forte que o amor
Que a lealdade tua cumpre bem
respeitá-lo
De tal proporção é minha dor.
Que, de joelhos, suplicante, este
poema me faz terminá-lo.
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